DOM DE ESCREVER

Gosto de escrever. E, escrevo aquilo que sinto, vejo ou ouço. Escrevo o que tenho vontade, sonhos, desejos e outros mais. Muitos me perguntam de onde vêm as idéias, as criações e até mesmo as inspirações que me fazem transformar sentimentos e sensações em palavras escritas em um pedaço de papel.

É engraçado, pois, não havia despertado ainda para a origem dos meus textos, de onde eles nascem, mas hoje percebo depois de tantos questionamentos vindo dos outros que, a vontade de escrever às vezes vem do nada ou de tudo. Em muitos momentos observo cenas e tento descrevê-las, outras vezes são sentimentos que fluem da minha cabeça ou de dentro do meu coração, muitas vezes são até momentos que vivi. Em outros momentos escrevo para desabafar, consolar dores, transmitir afetos, amenizar saudades, para aliviar a mente de tantos pensamentos que a mesma tem e muitas vezes tento escrever, mas nada consigo.

A forma de me inspirar tem diversas formas, às vezes é até engraçada, por exemplo, no meio do nada me dá uma vontade louca de passar para o papel os pensamentos diversos e rápidos que dominam a minha mente. É necessário estar sempre com papel e caneta a disposição para que não perca o fio da meada dos meus pensamentos. Muitos dizem que isso é um dom, mas como todo dom, é preciso aperfeiçoá-lo e isso só acontece se houver prática, por isso não deixo escapar nada que me dá vontade de escrever. E, se no momento que vem a vontade de escrever, ou seja, a minha inspiração, não começar a escrever nem que sejam palavras soltas para depois conectá-las até surgir um texto, corro o risco de perder aquela idéia ou aquele pensamento.

Sempre espero uma visita ilustre: A da inspiração. E, ela me visita em vários momentos, quando estou só, quando estou sem sono e todos dormem, havendo apenas o silêncio, a penumbra e eu. Quando escuto uma música, quando sinto um perfume no ar, quando observo as crianças, casais apaixonados, cenas da natureza, qualquer que seja o momento a minha inspiração pode aparecer fazendo com que eu tenha a sensação de que preciso escrever sobre aquilo, sobre alguém ou sobre qualquer coisa.

O processo geralmente começa quando tenho a vontade de escrever, depois rabiscos palavras, assuntos e daí começa a conexão entre palavras, temas, sensações e crítica. Quando tenho um texto rabiscado, o mesmo ainda não está pronto, pois quando vou editá-lo no computador vejo que precisa de mais alguma coisa e daí vou acrescentando e enriquecedo o texto da maneira que sinto que deve ficar ou estar.

Não posso dizer como se escreve, pois seria difícil cada um tem a sua forma de transmitir uma idéia, um sentimento, uma opinião. A minha tentei descrevê-la neste texto, mas nem todos entendem, pois alguns acreditam no que escrevo, outros duvidam achando que cada texto foi vivido por mim e não apenas inspirado. Mas pensem o que pensar é desta forma que tentei descrever como ponho minhas idéias, meus sentimentos e minhas inspirações para fora do meu coração e da minha cabeça.

Luisa Monteiro

12.06.2005